A discriminação estrutural dentro da ciência – Segundo o Artigo 5° da Constituição, todos são iguais perante a lei, entretanto nota-se na prática a presença de uma incoerência, uma vez que há a falta de visibilidade da mulher na ciência em relação aos homens. Assim, tal questão acaba por ocorrer devido a um baixo incentivo da ciência no Brasil, além da existência do machismo na sociedade, o que gera dificuldades às mulheres.
Dessa forma, é possível identificar a presença de certa desvalorização da ciência, visto o baixo investimento aplicado na área pelo governo federal, ademais a existência de um negacionismo científico no Brasil. Logo, esses fatores criam um cenário com cientistas insatisfeitos, além de uma baixa adesão de mulheres, por exemplo, para a área, uma vez que não há um incentivo dessas pelo governo através de propagandas, criando-se uma não identificação devido a falta de representatividade.
Seguindo esse viés, observa-se desde o passado a presença do machismo na sociedade, que acabou por colocar a mulher como inferior, além de impossibilitá-la de seguir profissões consideradas “masculinas”, como é o caso da ciência. Portanto, tal fator desencadeou a pouca presença feminina nos cursos científicos, que, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2015 apenas 41% eram mulheres, demonstrando então as consequências da disseminação de discursos sexistas, que acabaram por desestimular as mulheres a ocuparem espaço nas áreas científicas. Contudo, mesmo que a situação atual esteja melhor em relação ao passado, ainda há presença de muita desigualdade, essa estabelecida na diferença salarial existente entre homens e mulheres, além da dificuldade de dupla jornada para algumas mulheres.
Diante do exposto, por mais que a mulher tenha ganhado mais espaço dentro da ciência, visto, por exemplo, a importância das cientistas Ester Sabino e Jaqueline Goes diante da pandemia do coronavírus, ainda há a existência de grandes desafios, em razão da falta de incentivo e de uma sociedade marcada pela discriminação sistemática.
Assim, faz-se necessário o investimento em propagandas pelo governo federal junto ao Ministério da Educação nas escolas e universidades, buscando o incentivo do público feminino infantojuvenil a partir de um maior reconhecimento social a mulheres cientistas, proporcionando então uma identificação.
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