Discurso de Colação de Grau – Formandos 2021 – 3ª série – Sarah Ferraz.
Antes mesmo de iniciar qualquer fala, gostaria primeiro de agradecer a todos pela presença e também pela oportunidade de representar meus colegas e resumir um pouco do que de fato foi nossa jornada até aqui.
Afinal, é para isso que estamos todos hoje neste salão: para celebrar este incrível ciclo que há alguns meses terminou, dando início àquela que tem grandes chances de ser a melhor fase das nossas vidas, em que vamos descobrir um novo mundo repleto de novas chances, possibilidades e alegrias (embora também seja muito importante lembrar que esta realidade vai exigir de nós grandes responsabilidades que vão bem além da preocupação em terminar o trimestre com notas azuis, ou em entregar todas as lições da Marly a tempo, embora isto, por si só, já não fosse tarefa fácil).
Mas acreditem quando eu digo que sintetizar a essência de todas as nossas experiências aqui não é tão simples quanto parece, afinal de contas, caso não se lembrem, tivemos um ensino médio um tanto turbulento, que foi atropelado por muitas mudanças, incluindo uma crise social e de saúde global, que exigiu que nossos hábitos precisassem se moldar conforme às circunstâncias de forma muito rápida (fato que se mostrou um processo bem mais complicado para os nossos professores, que apesar da inicial estranheza diante da tecnologia, das câmeras fechadas, dos problemas de conexão, e dos compartilhamentos de tela, triplicaram o nível de dedicação para continuar nos proporcionando a melhor educação possível). Mas também foi esse um evento que nos permitiu entender com clareza o
que realmente constitui essa escola: não essas paredes, janelas e nem nesses corredores nos quais eu sei que todos já aprontaram alguma (e Tia Eli e Tia Cleide que o digam), mas sim cada um de nós: alunos, professores, inspetores, as nossas famílias, e toda essa comunidade que contribui diariamente para que tenhamos um ambiente escolar organizado. Nós damos significado a cada metro quadrado de nossa escola.
Mudando um pouco de assunto, sei que quando nos reunimos com o
propósito de comemorar essa longa trajetória (que para a maioria dos alunos, se estende muito antes do ensino médio), costumamos fazer analogias a ciclos que terminam e se iniciam marcando nosso amadurecimento, mas acredito que a Semana Cultural nos proporcione uma analogia ainda mais interessante, uma vez que, ninguém possa imaginar que fruto de todo o TNT, cola quente, um pouquinho
de pressa e de muita cooperação mútua, possam surgir durante a semana de apresentações verdadeiros espetáculos que encantam em tantos sentidos e dos quais nunca nos esquecemos. E talvez assim tenha sido nosso curso até aqui, tortuoso, por vezes confuso e envolvido em crises, mas apesar de tudo, conseguimos (sem dúvidas) fazer o melhor que pudemos diante de tudo o que nos ocorreu (ou melhor, diante de todo o TNT e cola quente que a vida nos deu), e estamos aqui hoje firmes (ou talvez nem tanto).
No entanto, se há algo que definitivamente contribuiu muito para nosso êxito foi o fato de que temos colegas e professores que nos veem além de números contabilizando a chamada e sempre nos levam além do conteúdo curricular. Cada um de nós, apesar de tão diferentes uns dos outros, encontramos aqui morada, e mesmo os colegas mais distantes cooperaram para a construção de quem somos hoje. Direta, ou indiretamente, fizemos uns dos outros indivíduos melhores.
Finalmente, (prometo não me prolongar por muito mais tempo), todos
sabemos que também há um sentimento de fato estranho em dizer adeus à nossa escola e a todos aqueles cujos corações se fizeram um refúgio para nós nos dias mais turbulentos, haja vista que agora a certeza de acordar todos os dias às 6 da manhã com um caminho já traçado em direção à Rua José Zappi, esperando para saber qual seria a próxima bronca da Marly ou a próxima reflexão do Fefo, não existe mais. Ainda a este respeito, muitas vezes me pego pensando (e presumo que todos tenhamos essa sensação) no quão triste é o fato de que daqui alguns meses ou anos, já não nos lembraremos de todas fórmulas que a Juliana e a Vera nos
ensinaram mais de um milhão de vezes, de todas as risadas durante a aula, das conversas profundas que quase nunca chegavam a lugar nenhum ou mesmo das besteiras das quais falávamos durante o intervalo; mas recentemente eu entendi, e gostaria de compartilhar com vocês, que parte de todos esses pequenos detalhes que faziam de nós uma família, o cerne de tudo isso, inevitavelmente se torna parte de quem nós somos, nunca se esvai da nossa essência e nos acompanha onde quer que estejamos, e sinceramente, não acredito que exista nada mais precioso do que isso.
Veja também o discurso de Rute Freitas Rocha do 9º ano