Os 80 anos do Colégio João XXIII, celebrados no dia 1º de julho, encerram um dos capítulos mais significativos da história de Vila Prudente. Nele se destaca de modo singular a determinação estóica do sacerdote holandês, padre Damião Kleverkamp (ss.cc.).
Chegado no bairro em dezembro de 1939 para ser o primeiro pároco de Santo Emídio, desde logo padre Damião se embrenhou em trabalhos sociais e educativos, sem prejuízo ao seu múnus religioso. Foi com estes propósitos que fundou o Círculo Operário em junho de 1940 e, um mês depois, a Escola Paroquial, utilizando para isso os fundos de sua própria casa como sala de aula. Esta mesma escola veio a ser o Colégio João XXIII a partir de 1965.
Bairro essencialmente operário na ocasião, Vila Prudente acolheu com simpatia a iniciativa e a escola cresceu, sendo obrigada a buscar maiores e mais condignos espaços. Em 1947, muda-se para a rua José Zappi, já em sede própria, construída em terreno de 2500 m2 doado pela família Zappi. Mais à frente, foram anexados 2500 m2 de área comprados da mesma família doadora.
Desde o princípio, Círculo Operário e João XXIII trabalharam juntos, unidos pelos ideais do fundador: o engrandecimento da comunidade e de seus moradores, por meio da assistência e promoção social e da educação de qualidade. Foi com estes atributos que ambas entidades receberam títulos de Utilidade Pública sem fins lucrativos.
Em 1943, juntaram-se a padre Damião as Irmãs Franciscanas de São José que, de pronto, passaram a lecionar e colaborar na administração da escola. Desta plêiade de religiosas luziu Irmã Casimira (Armida J. Philippi), que marcou época tanto como professora como diretora da escola. Outros nomes ligados à Educação fizeram parte da história do João XXIII, virando legendas na região: padre Lourenço Barendse, professores José Nórcia Filho, Éden Della Bella, Antonio Augusto Parada, Joaquim Fernando Andrade Alves (Joca) e Dante Donatelli.
Em vista de seu trabalho exemplar nas áreas de Educação e Assistência Social, o conglomerado Círculo/Colégio recebeu do governo da Holanda em 1963 uma preciosa ajuda financeira para ampliação de suas instalações. O benefício foi conseguido por meio do esforço do padre Pacômio Maas (ss.cc.) e do professor José Nórcia Filho.
Com o Colégio crescendo e exigindo mais espaços para ampliar e aperfeiçoar as atividades esportivas e de lazer para cursos infantis, em 1998 a instituição adquire das famílias Zappi e Pillegi o terreno vizinho de 15 mil m2, até então ocupado pela Cia. Tepermann de Estofamentos. A nova área propicia a implantação de ginásios, piscinas, prédio específico para período integral, áreas de lazer e estacionamento. Completava-se, assim, o módulo predial da escola com praticamente 20 mil m2 de terreno.
Um salto no tempo e vemos chegar ao bairro três novos modais de transporte: metrô, fura-fila e monotrilho, o que provoca uma mudança avassaladora no perfil arquitetônico e socioeconômico do bairro, resultando em novas exigências dos moradores.
A par desta evolução, modernas tecnologias e meios de comunicação chegam às salas de aula.
Preocupados em atender estas novas demandas, a direção da mantenedora elabora um plano de investimentos para colocar o Colégio João XXIII entre os melhores de São Paulo e disponibiliza todos seus recursos em prol do projeto. Áreas de lazer e playgrounds são reprojetados. Uma nova biblioteca, com desenho arrojado e mais conforto é construída. Salas de aula são equipadas com materiais que possibilitam acompanhar o avanço tecnológico exigido na Educação, permitindo assim preparar os alunos para a realidade digital. Pedagogicamente, um apurado Projeto Político Pedagógico é desenvolvido e posto em ação.
Colocar a escola entre as melhores de São Paulo, preservando sua história e aprimorando sua linha educacional, é um desiderato possível apenas com um excelente corpo docente e uma direção pedagógica de valor. Nesse sentido, o João XXIII tem em sua direção a experiente professora Elaine Aragon dos Santos à frente de uma equipe pedagógica capacitada que pensa a educação como um trabalho diário de reflexão e diálogos que implicam em confiança, transparência e reciprocidade.
“Celebrar o octogésimo aniversário do grandioso Colégio João XXIII na direção pedagógica é valorizar a vida, as pessoas que fizeram e fazem essa história e a confiança na construção de um projeto inovador em Educação, que exige coragem e muita competência. Coragem para enfrentar, em meio a uma pandemia, os desafios postos na rotina diária e que somente uma instituição com bom repertório pode suportar essa avalanche de incertezas. Competência representada nas ações de uma equipe altamente qualificada e comprometida, que faz do Colégio uma referência no bairro”, diz a diretora Elaine Aragon dos Santos. E conclui:
“Celebrar os 80 anos do Colégio é sinônimo de orgulho e satisfação!”